terça-feira, 25 de junho de 2013

Caetano Veloso - 'Fora Da Ordem' (1992) - E As Aulas de Consciência Corporal



E não poderia faltar Caetano Veloso, com toda a sensibilidade de nossa querida professora Nara Salles em ministrar os exercícios das aulas com musicas como esta e com uma letra que é tão atual ao tudo que está acontecendo pelo mundo, pelo  Brasil. Sim, alguma coisa está fora da ordem do Brasil. E espero que seja para evoluir e não um retrocesso com as barbáries da manipulação ordinária da mídia-governo-ant-ipartidarismo-facismo-machismo-todos ismos, alguma coisa está fora da ordem e que nos desordene para nos colocar em novas ordens de melhores condições de bem estar para todos e não para poucos.

Canal Entrevista Marina Abramovic



Ainda sobre as aulas de Consciência Corporal, segue uma entrevista sobre o trabalho da artista e sua percepção de como foi o "Artista Presente no MoMa" que ela ficou por três meses.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Breve Resumo Das Aulas de Consciencia Corporal - Sensações E Afins


Peço licença em nossas conversas cotidianas, artísticas e afins para fazer uma pequena intervenção e falar das minhas experiencias em sala de aula na disciplina "Consciência Corporal" - Professora Nara Salles - UFRN -2013 como parte dos exercício teóricos com breves descrições das aulas.
Faremos uma viagem para dentro das minhas sensações. Artista que ilustra este post é o alemão Sigurdur Gudmundsson, obra que está baseada em desvios de significados e inusitadas aproximações entre o homem e o ambiente
Aula UM - Corpo Como Pincel 
Exercício de imaginação, faz de conta, com a ponta do dedo dos pés "transformar' em um pincel e pintar todo espaço da sala com a tinta imaginária da cor predileta e no ritmo ou fora das músicas de Caetano Veloso, chamo este exercício descer para o Play Ground , pois foi uma brincadeira deliciosa de preencher a sala toda com cores e que conseguíamos visualizar exatamente através só da imaginação. Outro exercício, foi utilizar uma parte do corpo que menos é tocada e com ela, andar pelo espaço, fios imaginários que nos puxavam como bonecos soltos no espaço.
Seguimos agora para massagear o colega, ganhar intimidade com o corpo do outro e vice versa, com uma pequena bola de massagem, que passeava por todo nossos corpos, se desligar do externo para se conectar consigo mesma, esvaziar os pensamentos através do toque, da massagem, sensação esta que tive durante o exercício-massagem. 
Se deixar puxar como se existisse uma "força" nos guiando através da parte que mais gosta do corpo, a sensação imediata é de afeto, de carinho, de admiração consigo mesmo e a ativação das emoções e das boas lembranças das quais recebemos elogios desta parte do corpo. Exercício do movimento do braço, liberação do corpo, explorar gestos "anti-naturais" e que  fazem parte do nosso corpo também. Preenchimento dos espaços com o corpo, baixo, alto, frente, lados, chão, saltos, trás, explorar ao máximo nosso corpo no espaço. Houve também o momento conchas do mar, "catar do chão" o máximo de conchas imaginativas e doar ao outro, momento lúdico de integração com o outro, voltar a infância, acreditar no faz de conta, naquilo que não ver mas que sentimos se quisermos, desenvolver a intimidade corporal com o colega, jogo corporal, energético e de integra ao outro.
Aulas SEGUINTES - A investigação do corpo 
Experimentações corporais, temperaturas: frio, calor, pressão, relaxamento, tencionar, prazer, possibilitar sentir os cinco sentidos ao mesmo tempo, um toque, um vento, explorar os cantos do corpo, tempo, suavidade, afeto com material, tecidos, texturas, chamo este: exercício dos sentidos, ótimo para trabalhar com deficientes visuais, pois todos os exercícios acionam os outros sentidos que no dia dia pouco nos damos conta, apesar de utilizar ou utilizamos pouco devido a exploração máxima do sentido visual.
Numa roda de mãos dadas, vamos descobrir vários meios de pisar diferente do habitual, usando todas as partes do pés, calcanhar, pernas e tudo isto sem saltar das mãos do colega, conexão, sensação e conjunção com o outro.
Outra proposta, tocar o pescoço do outro, massageando e lembrando ou melhor tomando consciência da respiração, após isto em dupla com as mãos dadas, conduzir o outro, seja andando, puxando, fazendo movimentos, abaixar, rolar, saltar, correr, rodar, girar tudo sem soltar as mãos, após todos estes movimentos parar a pessoa num movimento e em estátua a partir daí assoprar, contar coisas no ouvido, massagear, tocar , chamar  o nome da pessoa que está em estátua de várias formas e tons de voz, e lembrar de toda vez que estiver caminhando olhar nos olhos da pessoa.
Caneta Hidrocor, em duplas, circular todas as marcas e cicatrizes, investigar o corpo do outro e depois ao
relatar um para o outro isso ajudará a escrever a historia de cada marca, com isto contamos de nós mesmos, acionando a memória e claro as emoções.
Exercício da venda - em dupla, um será o guia e o outro que estará com os olhos vendados e depois trocará. Ao vendar os olhos a primeira sensação que tive foi de total insegurança ao que vai acontecer, a cada passo dado pelo espaço que não é mais só a sala de aula e sim qualquer lugar do Campos e para os mais ousados, pelas ruas. Após superar o primeiro instante de instabilidade que se instaura ao não reconhecer o chão, os desníveis, as instalações, tudo se torna novo, a percepção auditiva fica em escalas extremas, qualquer ruído é percebido, o tato é de descobrir os objetos e pessoas, e com isto torna-se uma relação de afeto com tudo que toca, de novo o afeto, sempre ele! O paladar é estranho, demora para apurar o que é exatamente, pois a informação visual que antes possuía e que nos avisa o que estamos comendo se vai, e a comida passa a ter um novo tempo para identificar suas propriedades e nuances. 
Outro fato, que volta ao afeto, é da confiança no parceiro, precisa ter muita confiança que ele estará cuidando de você para que não se machuque porém não impeça de vivenciar todas as possibilidades que estão no caminho e que se torna tênue em alguns momentos entre vivenciar e se machucar assim com é na vida, sendo que na dimensão de estar disposta e atenta de cada momento que é vivido dentro deste magnífico e tão simples exercício. 
Além dos exercícios que possibilitaram experimentar um corpo oras adormecido e oras desconhecido de si mesmo,  ainda ocorreram inúmeras trocas de percepções teóricas da arte da performance, de seus artistas sejam eles em Natal, no Brasil ou no mundo. Com o olhar atento nas apresentações de grupos de estudos de colegas do curso, e trazendo para debates do fazer arte com o corpo. 
Outro momento do estudo que marcou, foi assistir o documentário da performer Marina Abramivic, que investiga o corpo exaustivamente apresentado como parte de um trabalho do grupo que faz estudos de performances dentro do departamento de arte, O Cruor, e que junto com outras milhares de referencias artísticas serviram de suporte teórico para muitas reflexões nas as aulas e que só enriqueceram as percepções.
E constatei assim como na leitura que tivemos do autor Antonio Damásio "O Mistério da Consciência" como suporte também da parte teórica do curso,  sobre corpo-mente-emoções, tudo interligado e inseparável.
Levarei estas vivencias das aulas registradas em cada canto do corpo e da alma.