She Builds Domes in Air

Há tempos não me chamava atenção com estes vídeos moda-arte, que são criados para vender a imagem da roupa, proposta da marca, estilo e todas as camadas que vem por tras nas contruções dos símbolos.

Ai o belo, como encanta mesmo sendo tão efêmero!

"Antes de Amanhecer " Com Cenário de Carnaval e ao som de Nina Simone

Aii o Carnaval, sempre ele e já posso dizer que é um dos melhores dos últimos anos!
Nas suas últimas horas deste Carnaval tenho tido encontros e momentos deliciosos e com eles, um em especial me recorda um dos filmes que retratam aqueles momentos em que um encontro encantador se da e só.
Como no filme "Antes de Amanhecer" com os atores Ethan Hawke e Julie Delpy no qual retratam um casal que se conhecem num trem, conversam por horas  pela cidade de Viena até a espera da partida do trem dela e a volta dele para os Estados Unidos, encontro que neste  filme assim como na vida descreveu nosso querido poeta Vinicius de Moraes belamente:  "A vida companheiro é a arte dos encontros embora haja tantos desencontros pela vida" e tudo isto pode ter o auxílio luxuoso ao som da cantora Nina Simone, minha musa que fala da vida e do amor de maneira muita intensa e elegante assim como devem ser os verdadeiros encontros.
Assistam ao filme e aproveitem e procurem pela sequencia deste "Antes do Pôr do Sol" que também é um ótimo filme para aqueles quer procuram o gênero romance de qualidade e delicadeza sem cair na pieguice.

O Acaso que me levou até "A Separação" de Asghar Farhadi

Escutei por estes dias que não existe coincidência, o acaso e sim um combinado do nosso subconsciente algo por aí, quem disse isto foi minha mãe, segundo seus 12 anos de análise que segundo Froid, pai da psicanalise, defendia esta ideia, em fim tudo isto para mais uma vez ilustrar meus eternos atrasos, realmente, atrasos meus já são mais do que uma característica ou melhor um defeito de minha personalidade, deve estar no meu inconsciente, pavor da espera, ser abandonada, ser esquecida que reflete em não admitir nenhuma espera e com isto chego atrasada em todos os meus compromissos sendo estes dos mais agradáveis como assistir a um filme que eu combinei comigo mesma sem ninguém está a minha espera, inacreditável!

Eram 15 minutos para as 17:40h, o horário do filme, eu estava ao lado do cinema e consegui me atrasar, distraída com pequenas bobagens femininas:  leia-se futilidades como maquiagem e com isto perdi o horário do filme tão esperado que era ver "A pele que habito" de pedro Almodôvar. Que prometi aqui mesmo no blog que vou assistir e reforço a promessa desta semana Pré Carnaval não deixo de assistir! Sairei com mais tempo para poder ter tempo das distrações momentâneas e ainda assim conseguir chegar finalmente a tempo do filme tão desejado.
Mas com todo este contra tempo que eu mesma criei, acabei encontrando uma amiga e fomos assistir um ótimo "acaso" o filme iraniano "A Separação" do roteirista, produtor e diretor Asghar Farhadi, vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e vencedor do Urso de Ouro em Berlin  por melhor filme e mais elenco feminino e masculino e ainda é indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
O  filme todo gira em torno de uma pequena situação que vai num crescente desenrolar de sucessão de erros onde a religião e os costumes imperam e gritam o tempo todo permeando a vida dos personagens desta cultura que é tão diferente da nossa mas que ao mesmo tempo com situações que podem ocorrer a qualquer um, o que mais me chamou a atenção foi observar como a religião está tão impregnada em nossas vidas, nossas histórias, nossa cultura sem nos dar conta, como ela permeia nossas decisões, constróiem juntos o caráter, a compressão de moral e ética, que por mais que o Estado interfira, ela a religião é um grande mentor das regras culturais e internas e com isto no filme retrata uma determinada personagem feita magistralmente por uma atriz no papel da empregada da casa em que ocorre toda a questão em volta da Separação do casal que a contrata, com discussões de: partidas, decisões de quem vai de quem fica no país com a filha de onze anos e ainda assim a apesar destas escolhas e divisões o filme fala de outras separações, de perdas que colocam a vida de todos os núcleos familiares envolvidos em uma rede que estão todos de alguma forma interligados pela cultura, religião e seu dogmas, aceitando, acatando ou negando a ela mas que de alguma forma estão todos envolvidos, enredados, amarrados a ela; e isto me fez pensar nas minhas próprias crenças religiosas e que inegavelmente elas de alguma forma regem nossas vidas, mesmo aos que são ateus, estão indo contra ou seja também estão envolvidos, negando, discutindo, evitando, nunca indiferentes, a religião ela faz parte da cultura de um país, da formação de um povo e com isto de nossa formação, nossa educação, nosso caráter.
Não cheguei a tempo de ver Almodôvar mas cheguei com muito tempo para o "acaso" para o encontro com este filme maravilhoso e logo após uma ótimo fim do dia com direito a um lanchinho e bate papo com uma amiga e assim, é sempre a vida, feita de acasos do subconsciente que esta sempre trabalhando a favor ou contra a nós mesmo, isto só depende de nós!

Entre O Ogum Teatral de Criolo e A Dramaticidade de Pedro Almodôvar

Antes de voltar a um dos assuntos que mais gosto de comentar, que é o cinema, preciso dizer que o Show do Criolo e sua Banda no Circo Voador no último sábado dia 04, foi maravilhoso e assim como os críticos renomados dos cadernos de cultura como no Globo considerou: "..já faz parte de um dos maiores shows do ano de 2012". Eu, fiquei arrepiada com a primeira aparição do cara em cena, ele faz uma alusão como se estivesse incorporado, isto claro é minha interpretação, ao som de "Marió" um Afro-beat que introduz uma cantiga de Ogum que na sua entrada ao palco é super teatral,  o cantor é trazido pelo seu parceiro de longa data Dj Dandan, um carisma  inegável a parte e extremamente energético, voltando a "incorporação" parecia um entrada de filho de santo/yaô: Criolo com seu pai de santo: DJ Dandan, bem isto é uma viagem extremamente teatral de uma cabeça de uma eterna atriz, que logo se transforma em cenas para um roteiro ou uma alusão as referencias que sempre fizeram parte da minha vida espiritual o Candomblé e a Umbanda, no qual estas comparações são naturais, claro que arrepiei como todos ali presentes e aqueles que sacam mais podem ter feito a mesma alusão. Pois no ritual destas religiões, quando o "cavalo" ou melhor a pessoa está incorporada e retorna para dar o rum do santo ou seja a dança do Orixá ou entidade, ele retorna todo aparamentado com as vestimentas do tal em questão, neste caso de minha viagem psicodélica-afro-teatral: o Ogum "Marió" de Criolo, abrindo os caminhos então para os trabalhos do Show. Foi um show emocionante, de um Circo com seus ingressos esgotados e que ainda teve a linda pausa para relembrar mais uma vez a triste historia dos mortos de Pinheirinhos em São José dos Campos - SP e assim seguem: "Criolo e seus os Cavaleiros de Jorge" na luta - Salve Jorge!Ogunhê!

Bem depois desta viagem teatral sobre o cantor acima já posso falar sobre outro artista que também é bem dramático, é o diretor espanhol Pedro Almodôvar e especificamente seu novo filme, que minha amiga e escritora e blogueira Carmen Filgueiras  /http://carmenfilgueiras.blogspot.com/ , recomendou e mandou ir preparada para assistir o fortíssimo e profundo filme a  "A Pele Que Habito"  do diretor espanhol. Eu, fã de carteirinha de longa data desde de "Mulheres A Beira de Um Ataque de Nervos" lá nos meus 18, 19 anos quando este cineasta entrou de vez na minha vida com seus filmes teatrais, dramáticos e sempre a flor da pele como um bom latino e espanhol carregado nas tintas vermelhas, cor esta que virou sua marca estética e que adoro e sempre já procuro encontrar em alguma cena. Um dos seus filmes que não saem até hoje da minha cabeça, são eles: "Tudo Sobre Minha Mãe","Carne Tremula" e já um clássico do cinema europeu "Fale Com Ela", este último ainda tinha uma trilha sonora maravilhosa, que além de Elis Regina,Caetano Veloso, continha também a trilha do espetáculo e mais as cenas filmadas do próprio Ballet de Pina Bausch, "Masurca Fogo", que tive a honra de assistir em seu próprio teatro na Alemanha em sua pequena cidade Wupertall, da coreografa alemã, morta ano passado e minha musa mor da arte contemporânea.

 Eu vou correr ao cinema esta semana para preencher esta lacuna, não posso ficar sem conhecer mais uma obra prima de Almodôvar. Fica a dica da semana!