sábado, 11 de outubro de 2008

Será que Amir Haddad deixaria o Grupo “Tá Na Rua” se vestir com meu Figurino da Vogue ?




Sempre tive dificuldades ou melhor um certo preconceito com a estética do grupo “Tá Na Rua”, pois vai contra toda a minha estética “clean”, moderninha, chic, van- guardae, “I -D”, “Vogue” etc ...; Como disse, Amir Haddad na matéria sobre ele que assisti ontem pelo Sergio Brito na TV Brasil:
“Temos que parar de fazer teatro do Hemisfério Norte, Europeizada, Burguesa e Católica”, não estou bem lembrada mas é por ai. Com essa crítica ele insisti em sua filosofia que temos que parar de nos focar desses conceitos e buscar nossa brasilidade.
O que mais realmente gostei, foi sua filosofia com três conceitos básicos: “O teatro sem arquitetura, a dramaturgia sem literatura e o ator sem papel” que o principal é fazer teatro em qualquer lugar, compreender a história independente do texto e o ator não se prender ao seu papel, tudo isso através da desconstrução. Isso me levou a pensar numa frase que li a respeito de uma outra artista que admiro muito, a coreógrafa alemã Pina Bausch “Não são as pernas que movem e sim o que as movem” que falava também sobre desconstrução do ballet clássico: emoção, pensamento, corpo.
Mas voltando a Amir Haddad, eu continuarei , pelo menos por enquanto ainda não vejo solução para a minha estética que aprecio e gosto a tal:“moderninha , contemporânea, clean, eupeizada” confesso sou completamente adicta as revistas de Moda como a "I-D", "Vogue", "The Face" aos sites lindos, limpos, aos “Laranjas Mecânicas”,aos cítricos e entre outros, mas não posso deixar de ficar encantada com a filosofia do seu teatro, e acho que todo ator deveria ter a oportunidade de vivenciar, ouvir e criar todas as desconstruçoes para criar seus Parangolés no meio da rua, como Helio Oiticica, propunha em seus lindos “moulages”de manifestos, que eram tecidos sobre postos com escritos dentro deles e que ao vesti-los e ao se movimentarem “eles criavam asas”, como dizia Haroldo de Campos. Eu? Assisto, penso, consumo Moda e respiro Figurino. Com isso automaticamente logo busquei fazer uma associação visual para todo o improviso criativo e estético do “Tá Na Rua” os Parangolés. Se eu tivesse a grande oportunidade de ser a figurinista do próximo espetáculo do grupo, a primeira idéia que viria em minha mente seriam vestir os atores com os lindos Parangolés de Helio Oiticica.

http://www.tanarua.com.br