domingo, 31 de março de 2013

Nirvana - Smells Like Teen Spirit


Tomada pela estudos filosóficos e da origem do teatro no curso de Licenciatura em Teatro na UFRN e além de um convívio com um parceiro de trampo que adora Rock in Roll e impõe deliciosamente meus ouvidos a voltarem ouvir o melhor do estilo, com tudo isto aproveito a deixa Rock in Roll e venho falar do Mito. Aliás o Rock tem sido inspirador vide o post abaixo, tudo leva a crer que já são os efeitos colaterais dos estudos sobre homem e o sentido de cultura.
Era mil novecentos e noventa dois e noventa e três, está tudo lá, nestes dois anos! Tudo isto faz voltar ao meus tempos de escola, aos meus treze anos e quatorze anos, ao movimento musical que surgia com força dos EUA para o mundo ocidental, o Grunge, com seu som e sua estética gritando nas telas da MTV Brasileira que surgira a pouco mais de dois anos no país e que ajudou profundamente a toda uma geração a consumir além da musica a estética imediata enlatada em video-clips que seguíamos como receita para comportamento e moda, usávamos as camisetas de flanelas xadrez, bermudas jeans rasgadas e o clássico preto que não podia faltar ao guarda roupa de qualquer adolescentemente de Rock, desfilando os trajes entre escola, condomínios da Barra da Tijuca (uma ilha da fantasia do Rio de Janeiro) e shopping, mais teen - American way of life Tupiniquim não podia ser! E "Smells Like teen Spirit" do Nirvana era um hino para qualquer adolescente desta época, quando tocava em qualquer festa, rádio ou Walkman- sim! Sou do tempo do Walkman, da fita Kassete a pilha! E que durava no máximo umas oito horas e claro o rádio! Nossa praticamente parei de ouvir rádio, agora que as vezes volto a ouvir, soa como um reaprender a um hábito perdido, logo quero trocar, ainda estou em processo mas voltando ao Mito- ao grupo Nirvana mais precisamente ao vocalista da banda, Kurt Cobain (que aliás como toda adolescente sonhava com ele ou com os garotos iguais a ele para namorar- o jeito transgressor, estilo bad boy e ousado ainda não mudou muito do que me inspira num homem, o sujeito tem que ter algo de questionador, de atitude perante a vida e pode ser charmoso como bom Rockeiro:)!
Kurt fez um show antológico no Rio de Janeiro no extinto festival de Rock quando cigarros patrocinavam a cultura, o "Hollywood Rock", e lá estava eu com meus treze anos sem acreditar que vivia um momento importante da minha vida e que entraria para historia do Rock, pois é neste show que ele cospe na tela e quebra tudo e depois de uns três meses se suicidava deixando uma carta de despedida e seguindo para um o outro lado se é que ele existe. Não suportou a pressão da realidade que o exprimia e o angustiava, apesar de junto com a sua banda, música e estética provocar em todos nós uma catarse, uma saída do real para uma idealização, ele próprio não suportava o transito entre o real e a fantasia, as drogas sempre como um  escapismo da realidade e que não dava mais conta da bruta insatisfação com sua própria vida de um astro e de um mito que alcançou ainda vivo. Com uma partida ainda mais dramática, optou por um suicídio provocado por um tiro na cabeça, o homem da banda mais impactante da década de noventa e que marcava sua histórica na musica,  partia e virava um Mito.
Na antropologia e na filosofia, o significado de mito, tem vária interpretações, vai de uma lenda, mentira, metáfora, alegoria, figuras divinas que estão além do bem e do mal e entre outras, na cultura o mito surge como explicação para os fenômenos da natureza, e assim surgem os ritos, celebrações e cultos para revivenciar e resignifar o Mito.
Kurt, trangrediu, agitou, despertou a catarse juvenil e levou a epifania e partiu para cumprir a trajetória do Mito, ficar para além do bem e do mal, e assim como uma divindade, todos os anos celebramos, ouvindo e baixando muitos videos, incorporando a energia Rock in Roll do Nirvana e revivenciando o mito de kurt, para nunca esquecermos do prazer que nos proporcionava e que em  algumas horas sairmos de nós mesmos para encontrarmos o melhor de nós, através da estética e após entrar em transe e expurgar, exaurir tudo e voltar ao realidade cotidiana e a certeza que é preciso revivenciá-lo sempre para nos encontrarmos num plano do belo e da satisfação plena com a vida e que idealizarmos através do Mito nem seja pelo tempo da batida de uma música de Rock. 

sábado, 30 de março de 2013

9 Songs - Official Trailer


_ Amor bandido, amor de falo, amor de fica, amor de pele, de vício, de tara. Catarse, êxtase, poros dilatados, calor sufocante de um quarto fechado, salivas, líquidos, gozos, suores escorrendo pelas paredes, lambem-se bocas e línguas. Sair me puxa de volta, fugir me puxa pelos cabelos, não abro a porta me puxa pelo tesão. Me sucumbi. Me dói. Me provoca pathos. Me causa lágrimas. Me chupa. Me solta. Me prende, me solta, me envolve, me suga, me usurpa, me deita, me possui, me consome. Me liberta. Estou livre. E agora, como lidar com a falta da tua pele? Com a falta do teu sexo? Com a falta até do teu cinismo? Estou perdida em mim mesma depois de ter sido expurgada do meu próprio corpo.

Abro o post de hoje com este texto, uma descrição de desejos que cabem perfeitamente com as narrativas dos filmes que cito logo abaixo a começar pelo título "9 Canções" - espero que depois das dicas se excitem em procurá-los!
"Nove Canções" são daqueles filmes eróticos do cinema de arte, uma bela mistura de sexo com nove canções de Rock in Rioll, história de um casal que transita entre um apartamento sempre a meia luz com noitadas em shows do ótimos Rocks, a trilha além de muito boa é a alma do filme, o casal vai na batida do Rock sendo levado a cenas bem sensuais e de entrega ao puro êxtase do bom e velho Rock. Este filme fez lembrar de  mais alguns ótimo filmes que vão na mesma narrativa, um casal arrebatados pelo desejo ao ponto de alguma forma enclausurá-los em espaços físicos ou psicológicos, tais como "Contra Parede" do diretor alemão Feith Akin, já bem recomendado neste Blog, os clássicos "Último Tango Em Paris" de Bernado Bertolluci, "A Insustentável Leveza Do Ser", "A Professora De Piano" que consagrou a atriz Izabelle Hupter e do diretor também premiado em Cannes pela palma de ouro por "Amour" no ano passado  e  "Fita Branca" também excelentes, recomendo! Mas voltando ao tema, e o mais simplista mas não menos importante no imaginário de todo uma geração na faixa dos trinta anos "Nove 1/2 De Amor" com o ator que na época era um charme Mickey Rucker e com hoje só resta algo anabolizante envelhecido, " The Closer", e outros que me fogem agora a memória mas assim que refrescar aumento a lista de filmes de arte eróticos.